quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Seção 80 na Vitrola / Depeche Mode - Black Celebration (1986) Parte 2

[Postagem originalmente publicada em 19/05/2011, de autoria de Edu Verme]


Black Celebration

O álbum e suas curiosidades



Data de lançamento: 17 de março de 1986, pela Mute Records Limited.
Gravado e mixado em Westside, Londres & Hansa, Berlim, exceto "Fly On The Windscreen", gravado no Genetic e remixado no Hansa, Berlim.
Gravado entre novembro de 1985 e janeiro de 1986
Tempo total: 41:12 (versão inglesa); 45:27 (versão americana)
Gênero: eletrônico, synthpop, darkwave

Faixas:
Lado Um
"Black Celebration" – 4:55
"Fly on the Windscreen - Final" – 5:18
"A Question of Lust" – 4:20
"Sometimes" – 1:53
"It Doesn't Matter Two" – 2:50

Lado Dois"A Question of Time" – 4:10
"Stripped" – 4:16
"Here Is the House" – 4:15
"World Full of Nothing" – 2:50
"Dressed in Black" – 2:32
"New Dress" – 3:42

A versão americana ainda conta com "But Not Tonight" (4:15) após "New Dress". Outra diferença da versão americana é na música "A Question of Time", onde um erro de masterização fez com que o ruído que soa na introdução da mesma se repetisse por duas vezes (os primeiros 4 segundos da música).

Créditos:


David Gahan - vocal



Martin Gore - teclados, samplers, guitarra, backing vocals, vocais.



Andrew Fletcher - teclados, samplers.




Alan Wilder - teclados, samplers, piano ("Sometimes"), programação, backing vocals.



Músicos convidados:Daniel Miller - teclados, samplers, programação, vocal modificado em "Black Celebration"



Gareth Jones - teclados, samplers, programação.




Produtores:

A produção do álbum contou com dois grandes nomes. São eles:

Daniel Miller (1951 - hoje) - Fundador da Mute Records, Daniel Miller se envolveu com a música já durante os anos 60, ao se apaixonar pelos sintetizadores enquanto estudava na Guildford School Of Art. No fim da década de 70, fundou a seminal "The Normal", banda eletrônica de um homem só que flertava com o minimalismo, se utilizando apenas de um sintetizador Korg 700. Seu nome está ligado a mais de 200 produções, entre elas álbuns do Fad GadgetSoft CellYazooDeath in Vegas, etc.

Gareth Jones (1954 - hoje) - Uma espécie de residente do Hansa Studio, em Berlim, Jones possui, assim como Daniel Miller, uma vasta lista de participações, e é considerado como um pioneiro no uso de equipamentos digitais. Foi ele o responsável por apresentar aos Depeche Mode e aos Einstürzende Neubauten a técnica do sampleamento, e também por desenvolver equipamentos de gravação digital, patrocinado pela Mute Records. Produziu, entre outros artistas, WireCrime and the City SolutionNick Cave and the Bad SeedsErasureIndochine e Mesh.

Engenheiros Assistentes:




Peter "BlackPete" Schmidt - Começou sua carreira como assistente no estúdio da EMI em Cologne e no Hansa Studio, em Berlim, trabalhando com bandas como Depeche ModeBronski BeatU2Nick Cave, entre outras. 



Richie "Karma Collective" Sullivan - Um dos colaboradores londrinos do álbum, mixou parte dele no Westside Studio. Trabalhou com algumas poucas outras bandas, como Pet Shop BoysPower Circle e sua própria banda, Karma Collective, que lançou apenas um álbum em 1996 sem muita expressão, e alguns EP's.

Masterização:Tim Young - Creditado em mais de 700 álbuns, singles e EP's, Tim é considerado um dos melhores Engenheiros de Masterização da Europa. Começou sua carreira em 1971, no Trident Tape Services, indo em 1976 para o CBS Studio, onde masterizou literalmente centenas de álbuns, e foi citado por bandas como The Clash e The Smiths, aumentando sua reputação e a procura por seus serviços. Algumas bandas auxiliadas por Tim: Van MorrisonThe BeatlesBjörkPlaceboBabyshamblesEarth, Wind & FireSoft CellScreamin' Jay HawkinsAccept, entre centenas de outras.

Fotografia:Brian Griffin - Fotógrafo "de casa" do Depeche Mode, apesar de ser sua última participação no álbum Black Celebration. Também é responsável pela fotografia de Speak & Spell (1981), A Broken Frame (1982), Construction Time Again (1983) e Some Great Reward (1984). Também fotografou capas de discos da banda Echo And The Bunnymen e Ultravox. Seu estúdio também trabalhou com artistas como Brian EnoGeorge MartinPeter Gabriel, Peter HammilPaul McCartney, entre outros.

Stuart Graham - Assistente de fotografia, na época. Não achei muita informação sobre ele, mas sabe-se que também foi assistente de fotografia do álbum Some Great Reward.


Curiosidades em geral
# Durante a turnê do álbum, ocorreu o encontro da banda com o vocalista do The CureRobert Smith. Em 2007 foi lançada uma versão especial do álbum Black Celebration, com um DVD bônus, com dois documentários, um sobre a coletânea "The Singles 81 > 85" e outro sobre o álbum Black Celebration. Neste segundo, é possível encontrar as imagens do histórico encontro entre o Depeche Mode e o The Cure.
# É o álbum com o maior número de músicas cantadas por Martin Gore, cinco no total: "A Question of Lust", "Sometimes", "It Doesn't Matter Two", "World Full of Nothing" e "Black Day" (bônus track). As outras são cantadas por David Gahan.
# A música "Fly On The Windscreen" havia sido lançada como B-side de um single, chamado "It's Called a Heart" (aliás, a música "I'ts Called a Heart" foi citada por Martin Gore e Alan Wilder como uma das suas músicas favoritas gravadas pelo Depeche Mode), em 16 de setembro de 1985, logo após o single de "Shake The Disease". A banda decidiu re-trabalhar a faixa, adicionando efeitos e a fazendo mais estereofônica, e a inseriu no álbum como "Fly On The Windscreen (Final)". Uma versão ao vivo dessa música é encontrada no vídeo "Devotional", de 1993, e num single especial ao vivo, com "In Your Room".
Kitty Price, jornalista, publicou na revista "The Guardian" que o single "Bad Romance", da Lady Gaga, é inspirado no álbum Black Celebration.
# A voz no começo de "Black Celebration" é de Daniel Miller, personificando Winston Churchill, dizendo "A brief period of rejoicing" ("Um breve período de alegria").
Black Celebration é o único álbum do Depeche Mode que possui uma canção com o mesmo nome do álbum.
# Na contracapa do vinil há uma frase: "Life in the so-called space age" ("Vida na então chamada era espacial").

Essas curiosidades foram tiradas quase todas da Wikipédia, portanto não asseguro veracidade.

Entrevista
Traduzo aqui uma entrevista/reportagem publicada pela Mirror Record em 23 de agosto de 1986, cujo ponto mais interessante diz respeito às questões relativas ao uso de guitarra nos álbuns seguintes ao disco Black Celebration.

"Se você se diz uma banda pop, você pode fazer qualquer coisa"

Armado com esta confiante filosofia, algumas mini-saias de couro, um sutiã e uma guitarra acústica enorme, o Depeche Mode começa a limpeza na Europa. Seria a sua negra, sinuosa música pop mais apreciada neste continente? E quantas garrafas de cerveja um hack RM pode beber sem cair?

Reportagem: Andy Strickland
Sentado, sufocado no fundo de um novo táxi italiano brilhante, me seguro no acento e canto o novo single do Depeche Mode "A Question of Time", para mim mesmo e penso: é isso aí, é apenas uma questão de tempo antes de nos amontoarmos em um carro que se aproxima, em um grupo de pedestres bronzeados, ou em uma dessas estúpidas bicicletas de três lugares que os turistas insistem em sacudir por lugares como este. Rimini foi bom enquanto durou, penso comigo mesmo.
Nosso motorista finca o pé nas ultrapassagens, dá uma beliscada no lado certo da rua (às vezes) e nos liberta em frente ao imaculado Gran Hotel. Rápido, para o bar - nós somos ingleses no estrangeiro, depois de tudo. É por isso que uma garrafa de cerveja custa 6,000 liras!
Em meio ao calor, as praias privadas e os adolescentes loucos em motocicletas, vagueiam os Depeche Mode e seus guardas. Eles estão em tour por cinco meses agora, e pela aparência de seus bronzeados (tirando Fletch), eles conseguiram encaixar algumas horas para apanhar uns raios de sol. Reunidos em volta da piscina (bem, é um lugar conveniente, como qualquer outro), nós bebemos água mineral e digo que esta deve ser a cidade favorita para as bandas trabalharem. Dave Gahan esfrega sua barriga nua e ri.

"Provavelmente é a pior, na verdade," ele me corrige. "É bom vir nesta época do ano, quando, obviamente, o clima ajuda, mas é o caos! A cidade, atualmente, se encontra no caos total!".

Martin Gore olha de soslaio através de uma brilhante máscara verde e concorda.

"Eles são gente boa e tudo o mais, mas são reconhecidos por sua desorganização. Na grande maioria das vezes os países são reconhecidos por alguma coisa que não é a realidade, mas no caso da Itália, é uma verdade mortal. Ha ha."

Praticamente tudo o que Martin Gore diz é seguido rapidamente por um grande sorriso e uma gargalhada. Não era o que eu esperava. Como pode um homem em uma saia de borracha, botas de motoqueiro e meia calça ser tão normal e alegre?
A noite anterior ao show aqui em Rimini tinha sido completamente livre de problemas. Pelo menos eles tinham eletricidade, que era mais do que poderia ser dito sobre o show em Genova. A multidão observou um set impressionante, em particular a rendição de Martin em "A Question of Lust", enquanto Dave apresentou seu ato "Freddie Mercury encontrando Bono" e eu fui lembrado de quantos grandes hits a banda teve. Até mesmo um grande rato saiu de seu esconderijo e passou por cima do meu pé enquanto o estádio explodia em coro no refrão de "Everything Counts".

"Espero que seja pago!", diz secamente Fletch, quando lhe conto mais tarde. "Por que deveria?" pergunta Dave. "Dois mil italianos não serão!", uma referência à polícia italiana que parecia escolher alguns fãs de forma aleatória para jogar fora do estádio enquanto alguns fanfarrões incomodavam.

"O público aqui é muito bom, realmente empolgado", diz Dave. "Mesmo que nós não vendamos muitos discos por aqui, pelo menos até agora".

Sempre penso sobre que espécie de animal estranho o Depeche Mode é: 'Top of the Pops', 'Saturday Superstore', garotas berrando... Todas aquelas coisas usuais do mundo pop que você espera, mas espere um minuto - escute mais de perto. 'Master and Servant', 'Blasphemous Rumors', 'A Question of Lust' - elas não são exatamente delicadas canções pops, são? A aparição recente da banda no programa do Terry Wogan onde eles tocaram 'Stripped' foi positivamente subversiva! Mas nessa parte da Europa, pelo menos, o Depeche Mode é reconhecido como tendo mais em comum com o Cure do que com o Wham!.

"Sim, definitivamente", diz Dave enquanto assina o livro de hóspedes do hotel VIP. "Acho que estamos numa posição estranha na Grã-Bretanha, estamos muito fora de nós mesmos, enquanto que na Alemanha, França e aqui na Itália nós temos muito da mesma audiência destas bandas da 'new wave' como The Cure. Na Inglaterra eu imagino que as pessoas que compram discos do The Cure não compram os discos do Depeche Mode. Tudo por causa da nossa 'tag' pop e de nosso suporte."

É claro que esta poderia ser uma desvantagem artística para o Depeche Mode, na medida em que a marca "pop" pode se tornar um fardo pesado às vezes. Mas não há evidências de que isso esteja ocorrendo, se depender do seu recente álbum "Black Celebration". Pelo contrário, parece que eles podem escrever e executar suas músicas para um grande público, músicas que ninguém mais, salvo talvez Marc Almond, conseguiria levar além da fase das demos.
De sua parte, a banda está ciente de que está anos-luz à frente dos demais grupos. Canções sobre escravidão, luxúria após os 15 anos, sexo - mas sshh! Vamos manter isto em segredo entre nós. Se isso nunca foi dito...!

"Somente depois de nos ver ao vivo ou ouvir nossos álbuns que as pessoas começam a procurar mais coisas sobre nós", explica Dave. "As pessoas só pensam em nós como uma banda pop".

Martin parece apreciar a perspectiva do Depeche Mode se afastar delicadamente da moralidade antiquada da Grã-Bretanha dos anos 80. "Nós meio que sutilmente corrompemos o mundo", diz ele, triunfante e acrescenta: "Basicamente, se você se diz uma banda pop, você pode fazer qualquer coisa, ha ha".
Não é que o Depeche Mode tenha navegado calmamente através de seus lançamentos recentes sem que ninguém tenha percebido suas letras aqui e ali. Mais do que uma sobrancelha foi levantada, como Dave revela.




"Nós tivemos um monte de problemas no 'Top of the Pops' sobre 'Blasphemous Rumours'. A BBC tem um monte de cartas reclamando quanto a isto e nós temos um monte de pedaços de pau pra eles. Nos EUA eles não se preocupam em lançar alguns dos singles, e aqueles que eles lançam nunca tocam nas rádios. Nós recebemos um monte de cartas de cristãos loucos e tal, mas é porque nós não somos grandes na Grã-Bretanha, mas somos muito grandes na Europa, então podemos fazer aquilo que realmente gostamos e, com sorte, sair sem ser notado".

Mas será que Martin já se sentiu constrangido por causa do público jovem da banda? Será que ele nunca escreveu uma letra e chegou à conclusão que aquilo era sacana demais para ser usado?

"Não, não realmente," ele pondera. "Eu nunca penso sobre o que vai acontecer com as canções quando terminadas, e porque estamos nesta posição de nos denominarmos uma banda pop nós podemos nos agarrar a isto. Eu não acho que esta é uma questão de se auto-restringir".

Neste ponto ele é interrompido por um bem vestido turista inglês, por volta de trinta anos, óculos com aro de ouro, permanente estilo Kevin Keegan e muito falante que pergunta se eles são "aquele grupo inglês que está hospedado no hotel". Ele não tem idéia sobre quem são, mas sua esposa sim. "Eles são muito famosos," ela diz depois dele fazer uma série de perguntas sobre 'o negócio'. "Então, como é a vida na estrada?", ele pergunta. "Querido", sua esposa o interrompe novamente, "hospedados no Grand, a vida deve ser dura na estrada!" Miau.

"Idiotas da classe média", diz uma pessoa próxima dos Depeche. "Eles sempre ficam em volta pra perguntar quanto dinheiro você fez", diz Dave. "Pode apostar que eles vão perguntar se você fez seu primeiro milhão. Eu sempre digo a eles que estou no meu caminho para o segundo. Isto normalmente cala a boca deles".

Fiz uma anotação para não perguntar sobre dinheiro. O novo single, "A Question of Time" é meu single favorito do Depeche Mode há tempos. É o mais próximo que uma banda eletrônica conseguiu chegar de fazer uma grande canção para dirigir (tirando 'Autobahn' do Kraftwerk), e mais uma vez as letras causaram aos meninos um ou dois problemas. Quem é esta pessoa de 15 anos que "tem que chegar até você primeiro" ("got to get to you first"), eu me pergunto em voz alta?

"Bem, hum, sim, isto foi escrito sobre uma pessoa em particular", ele sorri nervosamente. "Ponto final, sem comentários, ha, ha".

"Eu acho que é apenas olhar bem, observar", diz Dave vindo em resgate. "Antes... ahn, apenas escrever o que aconteceria com esta pessoa, uma jovem atraente que era muito inocente, do que, é claro, escrevermos que queremos pôr as mãos nela, as opiniões mudam".

Como num passe de mágica, de repente nós estamos cercados por uma multidão de adolescentes bronzeados latinos amáveis, que empurram seus livros para serem autografados e seus membros nus sob os narizes dos rapazes. "Beijo beijo?" questiona uma jovem garota enquanto se aproxima do rosto de Dave. "Não, não", ele diz a ela com firmeza antes de emendar um "ah, tudo bem".
Tendo visto Martin um ano atrás ou mais na Bélgica usando seu kit completo (incluindo um encantador par de meias vermelhas) no calor integral de uma tarde de verão sem ar, eu concluí que ele é maluco. Ao vê-lo caminhar de volta ao palco na noite passada para um bis vestindo um sutiã com uma pequena lata de cerveja em cada seio, penso que posso tê-lo julgado mal e abordei-o sobre seu guarda-roupas.

"É apenas algo que eu gosto de fazer", ele diz de fato. "É uma risada, que me faz rir quando me olho no espelho, faz as pessoas rirem quando me vêem, então estou fazendo todo mundo feliz, ha ha!"

"E isto faz as pessoas chorarem," acrescentou Dave. "Especialmente Fletch. 'Você não pode usar isso, oh, Deus!', e ele vem com seu equipamento ligado e é um grande evento pois ficamos nos perguntando o que ele está vestindo desta vez".

Martin ri alto. "Na França, há uns dois anos atrás, nós não fazíamos muito sucesso, eu coloquei estas roupas no vestiário de onde nós estávamos gravando um programa de televisão e Fletch deu uma olhada pra mim e disse 'Mart, nós nunca mais faremos coisa alguma na França se você sair desse jeito!'. A próxima coisa que nós ficamos sabendo foi que nossos hits estavam emplacando lá. E assim começou".

Fletch não está por perto para negar ou confirmar essa história. Ele foi supostamente arranjar algo pra comer, mas tenho a suspeita de que ele está me evitando, como antes quando o desafiei para uma competição de "homem mais branco da praia de Rimini". Eu ganharia facilmente.





Se Martin Gore é genial, se sua personalidade me surpreendeu, seu companheiro musical de longa data também confunde todas as expectativas. No ônibus da turnê, em seu quarto, nos aeroportos, em bares, em qualquer lugar, de fato, Martin é acompanhado por um grande e bonito... espere por isso - violão Gibson semi-acústico vintage. Ele senta em um mundo de seus próprios dedilhados, em canções de Eddie Cochrane ou tocando uma canção de blues enquanto teria dinheiro para ter um mini-teclado enfiado em algum lugar de suas meia-calças. Então, seria Martin um guitar hero reservado, Dave? 

"Eu o peguei posando em frente ao espelho quando passei pelo vestiário, um dia desses", ele ri.

E, pensando nisso, enquanto destruíamos alguns itens do hotel com um mini-bastão no quarto de Martin na noite anterior, ouvíamos Wire e The Smiths, e não D.A.F. (n.e: uma banda de eletropunk muito conhecida e influente). Será que isto significa que o Depeche Mode está prestes a se tornar uma banda de guitarra, eu pergunto?

"Bem, nós amamos guitarras, as utilizei em algumas faixas, mas é meio chato para voltar às guitarras", diz Martin. "É como o próximo passo, todas as bandas eletrônicas parecem fazer isso, não é? Ha ha."

"Nós simplesmente preferimos encontrar novos sons no estúdio", acrescentou Dave. "Embora a maioria das músicas que ouvimos como banda são baseadas em guitarra, realmente".

A guitarra de Martin também tem seu próprio acento no avião de hoje, quando todos partimos para Milão. Ele coloca o cinto de segurança em volta dela com amor, como se fosse uma criança pequena, e volta ao seu walkman (Rosanne Cash, você acreditaria?).

De repente há uivos de gargalhadas quando a aeromoça troca a música ambiente e um inesquecível som antigo de Kenny, 'Do The Bump', preenche o avião. Dave salta sobre sua cadeira enquanto Alan Wilder tenta se dar bem com Kelly Le Brock na revista de bordo.
No escaldante aeroporto de Milão, é apertos de mão por todos os lados enquanto a banda embarca para um festival no sul da França enquanto o fotógrafo Joe Shutter e eu partimos para um encontro com cervejas geladas a preços exorbitantes e para uma pizza que certamente foi a pior pizza que qualquer um de nós se lembra de ter comido. É isto que a Itália continua sendo pra você, um país cheio de surpresas - um pouco como o Depeche Mode, certamente





Letra citada - A Question Of Time
Uma Questão de Tempo
Eu preciso chegar a você primeiro
Antes que eles o façam
É apenas uma questão de tempo
Antes que eles lancem suas mãos sobre você
E façam como fazem com as outras
Eu preciso chegar a você primeiro
É apenas uma questão de tempo.

Bem, agora você tem apenas quinze
E tem boa aparência 
Eu te levarei sob minhas asas
(Alguém irá)
Eles têm modos persuasivos
E você vai acreditar no que eles dizem.

É apenas uma questão de tempo
E está acabando para você
Não vai demorar muito
Até você fazer
Exatamente o que eles querem que você faça.

Posso vê-los agora, circulando por aí
Para te confundir
Para te despir
E se divertirem
Com a minha pequena.

Às vezes eu não os culpo
Por te querer
Você é bonita
E eles precisam de algo pra fazer.
Até que olho pra você
E então eu os condeno
Conheço o meu tipo
E o que passa nas nossas mentes.

É apenas uma questão de tempo
Deveria ser melhor
É apenas uma questão de tempo
Deveria ser melhor com você.

Um comentário:

  1. Quando eles relançaram os álbuns em 2006, sei lá, eles incluíram singles como Shake The Disease no CD? Adorei o texto, parabéns!

    ResponderExcluir